o mosal

O MOSAL é um coletivo formado por pessoas e entidades de Florianópolis cujo objetivo é influir nas políticas públicas de saneamento básico, assim como promover a conscientização dos cidadãos através de ações e oficinas.
SANEAMENTO DESCENTRALIZADO
ESGOTAMENTO SANITÁRIO

RESÍDUOS SÓLIDOS

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A lei do caos


Uma ação com o objetivo de frear o crescimento desordenado em duas APPs (áreas de preservação permanente) no Norte da Ilha, uma localizada no Papaquara (em Canasvieiras) e a outra no Morro do Mosquito (nos Ingleses) foi realizada pelo Grupo de Prevenção a Desastres de Florianópolis nesta terça-feira (11 de janeiro). Além da questão da ocupação irregular da área, houve também denúncia de acúmulo de lixo, poluindo a área de preservação permanente e aumentando a chance de proliferação de doenças.
A situação pode ser explicada pelo fato de que uma parte da população local dedica-se à coleta de recicláveis, atividade exercida sem apoio do poder público, o que implica na ausência de instalações adequadas, ausência de orientação e controle, bem como falta de recursos que viabilizem a destinação do material rejeitado, provocando o acúmulo de lixo na área.
Não é por menos que o MOSAL insiste tanto no modelo descentralizado com profundo controle social, tanto no que se refere ao esgotamento sanitário como na questão dos resíduos sólidos.

A MPB Engenharia, contratada da prefeitura, apresentou no PMISB, quatro grandes centros de recepção, triagem e encaminhamento de materiais recicláveis com outros centros menores de coleta espalhados pelos bairros. O MOSAL defende a criação de centros de recepção, triagem e destinação completos em todos os bairros, valorizando e dando autonomia às associações de catadores das diversas regiões da cidade.

Por outro lado, o caso de poluição do Rio Papaquara não tem nada de novo. Denúncias de poluição por esgoto e óleo, provenientes de condomínios e oficinas presentes na região foram feitas já em 2005.

Em 2009, pesquisa sobre a qualidade da água na bacia hidrográfica do rio desenvolvida pela IF-SC e o ICMBio comprovou que o rio era seriamente afetado pelo despejo de esgoto. Houve denúncia de que poluição era causada pela ETE de Canasvieiras.

Não há como aceitar as metas sugeridas pelo PMISB, que empurram soluções com a barriga, pela falta de vontade política e interesses lobistas, em NÃO resolver a questão do lixo através da reciclagem. Como assim? Bem, os olhos dos empreiteiros e empresários do lixo estão crescendo... Sai o aterro... entra o incinerador! Quem se importa com a ecologia, com o bom senso e com os catadores? A lei aprovada pelo Lula? Será mesmo que ela pega?
O MOSAL pergunta:

Quem precisa da energia dos incineradores quando tantas hidrelétricas já estão na pauta do dia? Não bastam as intenções de poluir mais ainda nossas águas com o projeto de saneamento centralizado com emissários, ainda teremos que conviver (viver?) com a poluição venenosa dos incineradores?
Mas, segundo a lógica em voga...  as perguntas feitas (pelo outro lado) são:”quem é que precisa da ilha preservada, mesmo? E de que valem esses catadores que andam carregados por aí, atrapalhando o trânsito e a paisagem? Eles só sujam os locais por onde se instalam, como é o caso das margens do Rio Papaquara. Mais vale encher os bolsos de dinheiro com a especulação, construções de grandes “obras”... não sou eu que vou morar aqui”...
Raquel Macruz
veja também artigo sobre incineradores no blog 

http://gertschinkediscuteosaneamento.blogspot.com/

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