o mosal

O MOSAL é um coletivo formado por pessoas e entidades de Florianópolis cujo objetivo é influir nas políticas públicas de saneamento básico, assim como promover a conscientização dos cidadãos através de ações e oficinas.
SANEAMENTO DESCENTRALIZADO
ESGOTAMENTO SANITÁRIO

RESÍDUOS SÓLIDOS

sexta-feira, 11 de março de 2011

Desmontar carros e reciclar tudo


Washington Novaes - O Estado de S.Paulo – 11.03.11


O governo de São Paulo pretende, em dois anos, implantar as primeiras "desmontadoras de veículos" - informou este jornal (21/2) -, na tentativa de enfrentar o problema da "mobilidade zero" na capital, diagnosticado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Guilherme Afif Domingos. E começará pelos carros e motos reprovados na inspeção veicular e que tenham dívidas fiscais - cerca de 30% a 35% da frota total. Só nos pátios estão mais de 100 mil veículos apreendidos por irregularidades e dívidas.
Os números já não chegam a espantar. Na capital, são 7 milhões de veículos registrados. No País, 35,3 milhões, aos quais em cinco anos se deverão acrescentar 25 milhões. Em 2010 foram 3,5 milhões de carros novos vendidos (inclusive com isenção de impostos), compondo o quarto maior mercado mundial. Só a Polícia Militar aplicou, em 2010, quase 750 mil multas de trânsito na capital (ao todo foram mais de 6 milhões de infrações). Espera-se que este ano sejam 20% mais (Estado, 21/2) e que a receita com elas chegue a R$ 638,9 milhões. No ano passado, de mais de R$ 500 milhões de receita com multas, R$ 170 milhões foram concedidos em subsídios a empresas de ônibus, para "renovação da frota e compensações tarifárias".
Num panorama como este, com 45% das pessoas na capital se deslocando em automóveis (Estado, 10/9/2010), só se poderia mesmo chegar à saturação - e, afinal, à proposta de "desmontar veículos". Mas ela terá de ir além dos pátios repletos de veículos irregulares. E um bom exemplo pode ser encontrado pelas autoridades na Suécia, onde o ônus do "desmonte" e da reciclagem cabe aos proprietários dos veículos, e não ao Estado (e à sociedade toda). Nesse país, ao comprar um carro novo, o proprietário já paga por um certificado de reciclagem, que passará de mão em mão se o veículo for vendido. O proprietário que entender haver chegado a hora da reciclagem, leva o carro a uma empresa autorizada e recebe o valor desse certificado. A empresa começa por retirar todos os fluidos e óleos para reciclagens especiais; depois, tudo o que ainda pode ser utilizado (pneus, vidros, peças etc.) é vendido a terceiros, com garantia de prazo; em seguida, a carcaça é amassada e enviada a outra empresa, que a pica e destina os resíduos a fornos de siderúrgicas, base para asfalto de rodovias e outras aplicações. O país já faz isso com mais de 90% dos veículos que chegam ao fim da vida útil, e espera chegar em breve a 100%.
É um bom exemplo, que deveria ser levado, aqui, também a outras áreas de resíduos. Porque, apesar de acertos da nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), os avanços serão difíceis se não se implantar o princípio de que o ônus da solução deve caber a quem gera os resíduos - domiciliares, comerciais, industriais, da construção etc. E isso não está na lei. Ela dá prazo para que Estados e municípios façam seus planos diretores para a área e definam programas de coleta seletiva. Mas como se fará isso, se quase 60% dos municípios brasileiros (3.369, segundo o IBGE) nem sequer têm aterros e depositam resíduos em lixões, alegando falta de recursos? No Estado do Rio são 72 dos 92 municípios. Em São Paulo, 156 dos 645 municípios - e isso em dois dos Estados com mais recursos.
Há algum tempo calculou-se que implantar um aterro para 2 mil toneladas diárias custa R$ 350 milhões. Como o Brasil produz mais de 200 mil toneladas diárias de resíduos domiciliares e comerciais, isso significaria, a grosso modo, que precisamos de áreas equivalentes a mais de 100 desses aterros. Que custariam mais de R$ 35 bilhões. Como o PAC deste ano prevê um total de R$ 1,5 bilhão para a área de resíduos (se não houver contingenciamento), seriam mais de 20 anos só para implantar aterros. Sem falar nos investimentos necessários para a reciclagem em todos os municípios (prevista na PNRS para dentro de quatro anos). E para a implantação de logística reversa nos vários setores (pilhas e baterias; lixo eletroeletrônico; pneus; agrotóxicos; lâmpadas fluorescentes; vidros etc.).
É preciso repetir e insistir: só haverá solução se o gerador de resíduos pagar pela coleta e destinação - como se faz nos países que mais avançaram nessa área, principalmente na Europa. São Paulo chegou a criar uma taxa para os resíduos domiciliares e comerciais na administração Marta Suplicy, mas recuou (e a ex-prefeita chegou a dizer aos jornais que a criação da taxa foi seu "maior erro político").
Da mesma forma, a acertada decisão de dar preferência na política nacional a cooperativas de catadores (eles já seriam 1 milhão hoje) corre riscos, se não se avançar para a implantação de sistemas financiados em que elas disponham de equipamentos para a coleta (caminhões com espaços separados para lixo seco e lixo orgânico) e recebam das prefeituras por tonelagem coletada os mesmos valores hoje atribuídos a empresas que fazem esse trabalho.
É preciso, também, financiar para as cooperativas usinas onde o lixo orgânico seja compostado e transformado em fertilizante (utilizável em jardins, contenção de encostas etc.). O lixo seco, depois de separado na usina, pode ser transformado em telhas (a partir de massa de papel e papelão decompostos, revestida de betume); o PVC, em mangueiras pretas; o vidro pode ser moído e vendido a recicladoras, assim como o alumínio de latas.
Onde se fez isso, gerou-se muito trabalho e renda para uma corporação a quem o País já deve muito, pois, trabalhando de sol a sol, sem nenhuma proteção, ela encaminha a empresas quase tudo o que se recicla de papel, papelão, vidro, pet, alumínio e outros materiais. Em alguns lugares onde isso foi feito, o lixo encaminhado, no final, a aterros, foi reduzido a 20% do total - o que é enorme economia de recursos e de dinheiro para o poder público (e para a sociedade, que paga os impostos).
Se não for assim, corre-se o risco de o novo plano não avançar.

Companhia catarinense é multada por poluir praias

11/03/2011 03:38


A falta de controle custou caro. A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) está sendo multada em R$ 12 milhões por causar poluição às praias de Florianópolis. A reportagem de Portogente já mostrou que mais da metade das praias da atraente capital catarinense estão impróprias para banho. É hora do Poder Executivo tomar as rédeas antes que seja tarde. Além dedestino turístico de brasileiros e “gringos” de todo o mundo, Florianópolis fornece recursos naturais para a sobrevivência de milhares de famílias catarinenses.
Leia abaixo a reportagem do Diário Catarinense sobre o tema.
A diretoria da Casan Companhia Catarinense de Águas e Saneamento está examinando documento entregue pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Saneamento e Meio Ambiente (Sintaema) para submeter proposta ao governador sobre sua nova estrutura. Avalia, também, a delicada situação do saneamento da Ilha de Santa Catarina. A Vigilância Sanitária da prefeitura aplicou multas de R$ 12 milhões à companhia por provocar poluição ambiental de várias praias da Capital. Tem, além disso, outro dilema a enfrentar: entre os principais municípios de Santa Catarina, o sistema de água pela Casan está mantido apenas em Florianópolis, São José, Chapecó e Criciúma. Em todos eles há queixas sobre a distribuição da água e, especialmente, em relação ao sistema de esgoto sanitário. Na Capital, o prefeito Dário Berger tem sido instado por lideranças políticas e comunitárias a jogar duro com a Casan, exigindo o cumprimento do contrato de concessão, recentemente renovado. Na cidade de Criciúma, os números sobre investimentos são contestados. E, em Chapecó, a Casan só mantém os serviços por força de decisão judicial. Se perder algumas destas cidades, a Casan pode se inviabilizar.
Os sindicalistas consideram “absurdo” o fato da Casan manter 11 diretorias no comando, além de duas diretorias adjuntas e quatro superintendências regionais, herança recebida da gestão Walmor de Luca. O governador Raimundo Colombo preencheu oito diretorias, deixando três vagas. O presidente Dalírio Beber informou que se os estudos recomendarem a eliminação de diretorias e se tiver o aval do governador, executará o corte. O Sintaema aponta deficiências de empregados na área operacional. E garante que cada diretoria extinta permitiria a admissão de cem funcionários para atuar na operação. A Casan vem distribuindo lucros e dividendos a seus diretores desde a administração do presidente Walmor de Luca.


A TÍTULO DE INFORMAÇÃO



» Aprovada minuta de Projeto de Lei que altera a composição do Conselho Estadual de Recursos Hídricos
Foi aprovada na última reunião ordinária do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, ocorrido no último dia 24 de junho, a minuta do Projeto de Lei que altera a composição do Conselho Estadual de Recursos Hídricos. A nova composição após ser encaminhado pelo Poder Executivo ao Legislativo e se aprovado passará a funcionar com a seguinte composição: I - do Poder Público: a) seis representantes de Órgãos da Administração Pública Direta e Indireta com interesse no gerenciamento de recursos hídricos: b) três representantes de Empresas Públicas, Autarquias ou Sociedades de Economia Mista concessionárias de serviços públicos relacionadas com uso de recursos hídricos: c) três representantes de entidades públicas de ensino e pesquisa com interesse na área de recursos hídricos: II - da Sociedade Civil Organizada: a)Seis representantes e respectivos suplentes, de entidades que tenham assento em comitê de bacia hidrográfica catarinense de cada um dos seguintes segmentos: 1)consórcios intermunicipais; 2)associações intermunicipais; 3)associações do poder legislativo municipal; 4)associações técnicas de profissionais, sem fins lucrativos e entidades privadas de ensino e pesquisa com interesses e atuação comprovada na área de recursos hídricos, com mais de cinco anos de existência legal; 5) organizações não governamentais de interesses difusos com objetivos, interesses e atuação comprovada na área de recursos hídricos, com mais de cinco anos de existência legal; 6)sindicatos dos profissionais e trabalhadores de setores com objetivos, interesses e atuação comprovada na área de recursos hídricos, com mais de cinco anos de existência legal; b)Seis representantes e respectivos suplentes de entidades usuárias de recursos hídricos, que tenham assento em comitê de bacia hidrográfica catarinense de cada um dos seguintes segmentos: 1)instituições municipais e privadas encarregadas da prestação de serviço público de abastecimento de água e esgotamento sanitário; 2)irrigantes e agroindústria; 3)concessionárias e autorizadas de geração hidrelétrica privadas; 4)mineração; 5)indústria e comércio, e; 6)pescadores e usuários de recursos hídricos com finalidade de lazer ou turismo. - 27/07/2010

Contato
Abaixo seguem os dados do Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH.
Logradouro:Rua Frei Caneca Número:400
Complem.:
 Bairro:Agronômica
Cidade:Florianópolis CEP:88025-060 Telefone:(48) 3029-9026

segunda-feira, 7 de março de 2011

Carnaval engajado! E a água verte.... Até quando?



Tradicional bloco Onodi, do Campeche, reúne cerca de 4 mil pessoas no domingo de Carnaval (6)

Bloco é um dos mais tradicionais de Florianópolis e garantiu diversão para as crianças com desfile do boi de mamão

Carol Macário
@carolmacario_nd
FLORIANÓPOLIS


Fernando Mendes / ND

Largada do bloco Onodi, no Campeche
Tudo começou como uma brincadeira entre oito amigos que há 14 anos queriam trazer diversão para o bairro Campeche, no Sul da Ilha. Hoje, o bloco Onodi (para quem não entende o “manezês”: eu não dei), entrou para o calendário oficial de Florianópolis e reúne todo o domingo de Carnaval moradores da comunidade do Campeche e de outros bairros.
A largada é sempre na igrejinha da Rua da Capela. Antes da partida, às 17h, cerca de 4 mil foliões já se reuniam para confraternizar e fazer os últimos retoques nas fantasias. Um grupo de Boi de Mamão, tema do desfile do bloco este ano, foi abrindo passagem pela av. Campeche. Bernunça,  maricota, urso,boi e cabra fizeram a alegria da criançada, que seguiram brincando com os personagens durante todo  o percurso do bloco. “O objetivo do Onodi é preservar os valores culturais e folclóricos do interior da Ilha e trazer diversão para o bairro”, disse um dos fundadores do bloco, o servidor público e professor Paulo Riccione, 54.
O morador David Martins, 25, todo ano participa do desfile do  Onodi e este ano trouxe o filho de quatro anos, Vicente Martins, para acompanhá-lo. “Este bloco é legal porque é bem familiar e as crianças também aproveitam”, disse Martins. A família de João e Alexandra Bento também veio em peso para curtir o carnaval da comunidade. “Gosto de ver a bernunça”, disse o mais velho dos três filhos, Kauê Martins, 6.
Da Rua da Capela, o bloco Onodi seguiu pela av. Campeche cerca de 800 metros e depois retornou para o mesmo local, onde garantiu diversão até às 22h tocando as inesquecíveis marchinhas de Carnaval como “Cabeleira do Zezé”,  “Bandeira Branca” e “O Teu Cabelo não  Nega”. 

Fernando Mendes / ND

Boi de Mamão fez  a alegria das crianças
Fernando Mendes / ND

Bloco Onodi é tradicional no bairro Campeche
Desfile de conscientização
O jovem Luiz Gabriel Vasconcelos, 19, aproveitou o desfile do bloco Onodi, no Campeche, no domingo de carnaval (6) para conscientizar moradores e visitantes da importância da água. Com um balde na cabeça e um cartaz nas mãos, alertou a todos sobre os  riscos da urbanização desordenada para o  lençol freático da região.

Fernando Mendes

Folião aproveita a festa para conscientizar sobre riscos do rebaixamento do lençol freático no Campeche