o mosal

O MOSAL é um coletivo formado por pessoas e entidades de Florianópolis cujo objetivo é influir nas políticas públicas de saneamento básico, assim como promover a conscientização dos cidadãos através de ações e oficinas.
SANEAMENTO DESCENTRALIZADO
ESGOTAMENTO SANITÁRIO

RESÍDUOS SÓLIDOS

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

AUDIÊNCIA PÚBLICA CHAMADA PELA COMISSÃO DE JUSTIÇA DA ALESC DISCUTE A PRIVATIZAÇÃO DA CASAN E APRESENTAÇÃO DE EMENDA CONSTITUCIONAL PARA DERRUBAR A OBRIGATORIEDADE DA CONSULTA PÚBLICA PARA PRIVATIZAÇÃO DE EMPRESAS PÚBLICAS

Casa cheia. Muita gente preocupada com seu emprego, muito falatório, trelelê, e ninguém tocou no modus operandi e o modelo que a CASAN executa.
Além do golpe que afasta a participação popular cada vez mais de importantes decisões, como a apresentação da emenda constitucional que altera a lei que obriga a consulta pública no caso da privatização de empresas públicas, abrindo as portas da ALESC, uma vez mais, para desmandos de seus deputados, a audiência pública pareceu comprovar que o objetivo daquela casa, povoada como está hoje, é o de ser palco de um rotineiro “faz de conta”, a exemplo de outras audiências públicas.
De um lado, Darílio Beber, presidente da estatal falando em nome do governo do Estado, defendeu a venda de ações da CASAN, ao que chamou de plano de investimentos, como forma exclusiva de captação de recursos para execução de projetos, explicando que não há nisso razão para alarme, pois mesmo com a venda de 49% das ações da concessionária, a empresa não deixaria de ser uma estatal. E de outro lado, Dirceu Dresch solicitando um prazo maior para a discussão do assunto, alegando que nos 40 anos de existência da CASAN, os resultados de seus trabalhos foram... por incrível que isso possa parecer,“muito positivos” ( !!!).
Só uma imaginação muito fértil conseguiria ver esses tais resultados positivos nesses quarenta anos de desserviço prestados pela CASAN e é de se causar espanto, ouvir dirigentes da estatal alegando falta de recursos diante da farta distribuição de lucros entre os membros da diretoria como acontece todo final de ano- um tapa na cara da sociedade que o Estado não abole mediante simples lei revogatória, federal, diga-se de passagem. Se o fizesse, sobrariam alguns milhões nos caixas de muitas estatais país afora. Mas isso é sonho. Soma-se a essa aberração, o fato de que a maioria dos projetos da CASAN não tem passado no “vestibular do PAC”, pois sua precariedade técnica é tamanha que a empresa perdeu a oportunidade de trazer para o estado gordas verbas do governo federal destinadas a, pelo menos, melhorar um pouco o vergonhoso perfil de saneamento no qual se encontra nosso Estado.
Assim, era mesmo de se esperar que nem um pio se ouvisse por parte de todos aqueles senhores com relação ao vilão maior da novela do saneamento no Brasil: o modelo centralizado, apregoado pela empresa como sendo o único existente na face da Terra, mas que é na realidade, anacrônico, oneroso, além de ilegal, pois é descumpridor da lei que exige prioridade do tratamento de esgotamento sanitário respeitando as micro-bacias, algo que a CASAN burla constantemente na implantação dos seus projetos.
Saneamento descentralizado inexiste para eles. Aliás, jamais poderiam mencioná-lo, pois o que defendem é quase que um “programa econômico”, que prioriza os negócios com as construtoras e as grandes obras das ETEs e emissários, e não o saneamento universalizado para a população, este sim, totalmente viável através do modelo descentralizado proposto pelo MOSAL e materializada através das suas inúmeras oficinas populares.
Ninguém tampouco mencionou a questão da pervertida gestão da prestadora de serviços, gordo cabide de empregos, CAIXA PRETA guardada a sete chaves e que agora, ainda por cima, se presta a fazer retaliação política àqueles que denunciam seus desserviços, como é o caso do processo judicial contra o MOSAL, na pessoa de um de seus militantes - Ataide Silva, contando com isso, que o grupo se retraia e deixe de ser uma pedra em seu sapato. Enganam-se eles. Atitudes dessas só vêm fortalecer o MOSAL e sua proposta, pois mostra que realmente os tocou. E o MOSAL não tem rabo preso com ninguém...
O “passivo CASAN” somente será resolvido se tivermos um programa de saneamento que substitua o jogo de interesses partidários e financeiros que orientam sua direção, a começar por uma “faxina” nela própria. E de nada adianta discutir o sexo dos anjos se não se tiver como base um outro modelo de gestão com práticas empresariais modernas, além de implementar tecnologias ecológicas e eficientes, contemplando assim a maioria da população, hoje vitimada pelas suas péssimas obras.
Em suma, estatal sim, mas com total reforma da cabeça aos pés.

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