o mosal

O MOSAL é um coletivo formado por pessoas e entidades de Florianópolis cujo objetivo é influir nas políticas públicas de saneamento básico, assim como promover a conscientização dos cidadãos através de ações e oficinas.
SANEAMENTO DESCENTRALIZADO
ESGOTAMENTO SANITÁRIO

RESÍDUOS SÓLIDOS

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

SANEAMENTO, UM LEGADO ENTRE O SONHO E A REALIDADE



Interessante observar no artigo abaixo postado, os parágrafos que referem-se
à substituição das estações de tratamento de esgoto menores já instaladas em 
algumas favelas do Rio, por redes coletoras que levarão o esgoto para longe
da área em questão, até a baía de Guanabara, seguindo a lógica maluca do
modelo centralizado de "saneamento", sob alegação de que as primeiras não
 "funcionaram".

Mais abaixo, fica claro o motivo pelo qual elas "não funcionaram":
Ninguém queria assumir seu gerenciamento- não lucrativo para olhos grandes.

O Modelo Descentralizado é voltado à solução da questão do SANEAMENTO e
não exige grandes obras- justamente o filão atrativo dos interesses financeiros a 
curto prazo, sem resultados sociais.

O “NEGÓCIO SANEAMENTO” nada tem a ver com uma POLÍTICA DE 
SANEAMENTO e sim, com uma política econômica - que prioriza retornos
políticos e financeiros com as grandes construtoras.

Um repeteco do que acontece na história, ou conto da Carochinha,  Minha
Casa , Minha Vida... que de Programa de Habitação, nada tem, não
passando sim, de um Programa Econômico, que gera negócios com as 
construtoras.
Aliás, vale lembrar, que Minha Casa Minha Vida dá teto sem saneamento
( ???- uau!)



Saneamento, um legado entre o sonho e a realidade
O Globo, Luiz Ernesto e Rafael Galdo, 09/ago
O governo do estado e a prefeitura do Rio assinarão em dez dias um acordo para fazer com que todas as favelas do Rio - 582, pela última contagem do Instituto Pereira Passos - tenham redes de captação e tratamento de esgoto até 2020. O anúncio foi feito na segunda-feira pelo secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, durante a quarta edição do Fórum Rio Cidade Sede, promovido pelo GLOBO. O programa começará por 133 favelas, beneficiando cerca de 400 mil pessoas. As primeiras a receberem saneamento serão as que têm Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), como Cabritos e Chapéu-Mangueira. Mas estão na lista também os complexos do Alemão e da Penha, ocupados pelo Exército, e comunidades ainda não pacificadas, como Maré, Rocinha, Vidigal e Vigário Geral.
LEIA MAIS: Cumprimento de metas na área ambiental é motivo de preocupação durante discussões do Fórum Rio cidade sede
Segundo Minc, o programa, além de melhorar a qualidade de vida, ajudará a reduzir o despejo de esgoto in natura na Baía de Guanabara e no complexo lagunar da Baixada de Jacarepaguá, sendo parte do legado ambiental que o Rio se comprometeu a deixar quando se candidatou a sede das Olimpíadas.
- Não basta uma favela ser pacificada, se a população vive sem saneamento. Desta forma, vamos substituir as pequenas estações de tratamento das comunidades, que todo mundo sabe que não operam bem - disse o secretário, afirmando que o acordo deve entrar em vigor em 1 de janeiro de 2012.
Outras tentativas de saneamento não deram certo
O desafio não é fácil. Em muitas comunidades, principalmente na Zona Oeste, a prefeitura chegou a implantar estações de tratamento de esgoto em favelas durante as duas primeiras etapas do Favela-Bairro. Elas acabaram sendo desativadas, já que prefeitura e Cedae não chegaram a um termo comum sobre quem assumiria os custos de manutenção. Em janeiro de 2007, o governador Sérgio Cabral e o ex-prefeito Cesar Maia chegaram a fechar um acordo para dividir os custos de operação, mas o projeto não foi adiante.
Pelo novo acordo, o vice-prefeito e secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz, que também participou do evento, explicou que as redes de esgoto que forem instaladas serão ligadas diretamente aos serviços de captação já existentes. Desta forma, os dejetos serão levados para estações de tratamento e emissários.
Nesse processo, a prefeitura ficará responsável por instalar as ligações de esgoto nas casas, por meio do programa Morar Carioca. Já a Cedae fará a manutenção e a operação da rede, a um custo anual de cerca de R$ 30 milhões. E o governo do estado, com recursos de aproximadamente R$ 100 milhões anuais do Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam), investirá nos troncos coletores que vão levar o esgoto até os emissários e as ETEs.
Velejador reclama que Baía é ainda muito poluída
Apesar das promessas para a área ambiental, os convidados do fórum manifestaram preocupação quanto ao cumprimento dos objetivos estabelecidos. O velejador Axel Grael, presidente do Projeto Grael, por exemplo, disse que, na disputa pelos Jogos, o Rio venceu os concorrentes propondo resolver passivos ambientais. Mas lembrou que, nos Jogos Mundiais Militares realizados mês passado, os atletas da vela enfrentaram uma Baía de Guanabara ainda muito poluída:
- Reconhecemos os esforços, mas nos deparamos com uma situação muito preocupante. Se os Jogos Olímpicos fossem hoje, estaríamos oferecendo talvez o local de competições de vela mais sujo, mais poluído da histórica olímpica, na Baía de Guanabara. Então, o esforço que será exigido até 2016 será muito grande.
Presidente da Câmara de Desenvolvimento Sustentável do Rio, Sérgio Besserman também pediu mais efetividade no cumprimento das mudanças propostas na área ambiental. Apesar disso, disse que o Rio, como uma marca, facilita os investimentos em sustentabilidade.
- O carioca pode se espantar quando se fala isso, devido aos problemas como a poluição da Baía. Mas há um dado concreto. A cidade tem ativos impressionantes. Abriga as duas maiores florestas urbanas do mundo: o Parque da Pedra Branca e o Parque Nacional da Tijuca - disse Besserman. - Está na hora de o Rio também iniciar um planejamento estratégico para o que vai querer ser depois de 2016.
Minc, por sua vez, defendeu os avanços ambientais no Rio. No caso da despoluição das lagoas da Zona Oeste, ele ressaltou que serão investidos R$ 680 milhões, nos próximos quatro anos, em saneamento na região. Em relação à despoluição da Baía, ele citou, entre outros exemplos, que foram investidos R$ 200 milhões para a ligação da rede de esgoto em parte da Baixada Fluminense à Estação de Sarapuí (Caxias), que deve ser inaugurada no mês que vem. 



Um comentário:

  1. Ora, se não há moradia digna, se não há condições dignas de vida, por onde mesmo serão instalados os canos que levarão à estação CENTRALIZADA de "TRATAMENTO" de esgoto que leva ao EMISSÁRIO SUBMARINO, que por sua vez deságua na BAÍA DE GUANABARA?! Considerando que atualmente os dejetos já são depositados in natura, com volume maior vai melhorar o tratamento? Qual é mesmo a meta almejada?! porque será que algo me soou contraditório neste projeto?!

    Inacreditável.
    Nós, povo brasileiro, estamos sendo tratados como palhaços...e sequer reagimos a isto!
    ______________________________

    Mexiana Zabott Adriano
    Bacharel em Ciências Jurídicas
    Mestranda em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Sócio-ambiental - UDESC
    48 - 84185801

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