NOTA SOBRE O ESTALEIRO OSX
O Movimento Saneamento Alternativo – MOSAL, coletivo popular formado há pouco mais de um
ano em Florianópolis por lideranças comunitárias, entidades ecológicas, comunitárias, sindicais e
instâncias de discussão do Plano Diretor Participativo, trava uma árdua batalha em defesa do
modelo descentralizado de saneamento que utiliza tecnologias alternativas e ecologicamente
sustentáveis. Esse princípio, base do modelo que o MOSAL defende, colide frontalmente com a
política e o modelo centralizado de tratamento sanitário implementado pela PMF-CASAN-PAC que
propõe a implantação de dois mega-emissários submarinos na ilha – em Ingleses e no Campeche.
O MOSAL participa do MOVIMENTO EM DEFESA DAS BAIAS DE FLORIANÓPOLIS por
entender que a solução para a questão do saneamento é dramática na região metropolitana,
impactando, sobretudo, as baias marítimas norte e sul com imensos volumes de esgoto e outros
poluentes. Esse fator, isoladamente, já limita hoje a expansão da pesca e da maricultura, além de
trazer inconvenientes para o turismo local, carro chefe da região em boa parte do ano.
A par dos inquestionáveis impactos negativos que trará à fauna e flora nas áreas marítimas e da
orla no entorno, o empreendimento “Estaleiro OSX” agravará ainda mais o triste quadro em que se
encontra o tratamento sanitário, ao promover imenso afluxo de pessoas em busca de novas
oportunidades de emprego em Biguaçu e região metropolitana. Esse argumento, como em tantos
outros casos, embora sedutor em curto prazo, se mostra falacioso, pois ao mesmo tempo em que
promete novos empregos, eliminará outros já estabelecidos com as atividades da economia
tradicional da região. A soma redunda em ganho zero aos trabalhadores, cujo horizonte de longo
prazo não é nada bom, pois a “vida útil” do estaleiro ficará em torno de 12 a 15 anos.
Por outro lado, a empresa OSX aproveita-se da especulação gerada em torno da descoberta de
petróleo na camada do pré-sal, fator que acelera e incrementa exponencialmente a extração e uso
de hidrocarbonetos, justo a energia fóssil que o mundo precisa dispensar urgentemente para
inverter o efeito estufa que promove as mudanças climáticas percebidas no planeta inteiro.
Na esteira dos mega-investimentos em equipamentos navais que serão contratados pela
PETROBRAS para a exploração do pré-sal, resultado da atual política do governo federal, o
estaleiro OSX se coloca na contramarcha da história, que hoje, mais do que nunca, e de forma
urgentíssima, necessita o incremento do uso de energias alternativas – solar, fotovoltaica e de
biomassa ecologicamente produzida. Só há um claro ganhador nessa macabra equação – a
empresa OSX e seus proprietários.
Em função desses inquestionáveis argumentos e de outros aqui não apontados, que
já são de conhecimento público, o MOSAL defende menor uso do petróleo e diz
NÃO AO ESTALEIRO OSX !!!
CONTATOS: mosal.contato@gmail.com
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